26/09/2013

Receita para Amar



Abro aquele livrinho de receitas que fica pegando poeira na estante. Folheio-o todo, de trás pra frente e de frente para trás. Não encontro o que procurava. Entro no computador e digito na caixinha de pesquisa do Google: “receita para o amor perfeito”. Acho mil resultados, mas nenhum informava aquilo que eu realmente queria. Fico frustrada. O que fazer? Vale a pena arriscar?
Pego meus sentimentos e jogo em potes. Junto-os com esperança e sonhos, sempre exagerando na dosagem. Misturo tudo e coloco naquele forninho chamado coração para ver se cresce. E como cresceu! Enfeitei tudo com rímel, um vestido rodado, saltos não tão altos e muitos sorrisos.
Não sou o tipo de pessoa que se contenta com pouco, então me entrego completamente e de bandeja, com direito ao suco de sua preferência de acompanhamento. Hora de experimentar. Seja meu degustador. Experimente-me, me sinta, me use. Ficou bom? Coloquei açúcar demais? Você hesita, e lavo o excesso da receita com lágrimas. Você resolve dar outra mordida para ver se não julgou mal.
Você dá uma pequena provada, e eu me irrito. Me pegue pela cintura. Coloque meus braços ao redor de seu pescoço. Prove direito! Essa é a minha receita de amor. Ficou bom?
O que é amor, afinal? Eu não sei. Mas eu o sinto. Nesse momento, eu sou o amor, e você também. Pegue um pedaço maior. Se acabar, cozinho tudo de novo. Faria tudo outra vez por você, mas jogue seus sentimentos naquele pote também.

Quer saber? Jogue essa massa fora. O bom mesmo é viver sem receita. Então vamos, segure minha mão. Transforme aquele “eu” em “nós. Diga que você é meu, e serei sua. Se jogue. Só não me deixe, por favor. Não conheço – e nem quero conhecer – a receita para o desapego.

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